Visão de Vida
Sempre é tempo de aprender
Agora no começo do ano celebramos três datas significativas: o Dia Internacional da Educação (24 de janeiro), o Dia Internacional da Doação de Livros (14 de fevereiro) e o Dia Nacional do Livro Didático (27 de fevereiro), que apesar de pouco divulgadas, podem nos trazer grandes reflexões.
Desde os primórdios, a busca pelo conhecimento é fator imprescindível para a evolução do homem em sociedade. Quando ele sente a necessidade de passar as suas práticas e aprendizado para o seu grupo, nasce a educação.
Meksenas (2002), afirma que, em uma visão funcionalista, a educação nas sociedades tem a tarefa de mostrar que os interesses individuais só se realizam plenamente através dos interesses sociais. Sendo assim, a educação, ao socializar o indivíduo, mostra a este que, sozinho, o ser humano não sobrevive e que ele só pode desenvolver as suas potencialidades estando em contato com o meio social, ou seja, com as outras pessoas.
A jornada pelo conhecimento é fundamental para o nosso desenvolvimento e traz uma série de benefícios para a saúde, até porque o cérebro, como um músculo, deve ser exercitado constantemente. Além disso, permite que o homem desenvolva o pensamento crítico, compreendendo o mundo em que vive.
Benefícios de aprimorar o conhecimento
- Aumenta a criatividade
- Mantém um ciclo de evolução e desenvolvimento
- É bom para a memória
- Te dá domínio de novas tecnologias
- Traz mais crescimento pessoal e profissional
- Prepara você para o futuro
Segundo a UNESCO (Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), celebrar uma data como o Dia Internacional da Educação é uma forma de apelar aos governos que façam do ensino universal de qualidade uma das suas principais prioridades, já que, infelizmente, a educação tem sido relegada em muitos locais, a exemplo do Brasil.
Com profundas raízes na desigualdade social, além do descaso governamental, desvalorização dos professores e diversos outros fatores, a educação no Brasil coloca o país no 53º lugar, entre 65 nações avaliadas pela PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Os resultados da última pesquisa, divulgados em 2019 pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mostram o desempenho dos alunos de 79 países e territórios em matemática, ciências e leitura, quesito em que o Brasil ficou entres os 12 piores.
O estudo Retratos da Leitura no Brasil, realizado em 2020 pelo Instituto Pró-livro, também traz resultados alarmantes: mostra que o país perdeu 4,6 milhões de leitores de 2015 para 2019. Já os não leitores, maiores de 5 anos que nunca leram um livro na vida, representam 48% da população. Mas o mais impressionante nesta pesquisa é que a maior queda no percentual de leitores é entre as pessoas com nível superior, de 82% para 68%. De acordo com a coordenação do Instituto, a internet e as redes sociais são as principais razões para essa queda de leitores mais ricos, mas entre as classes mais baixas existe uma série de outras dificuldades, como não saber ler, ler devagar, além da falta de concentração.
De acordo com esse estudo, um dos principais fatores para reverter o quadro é o incentivo à leitura, seja dos professores, dos amigos ou em casa, dos pais. Campanhas de doação de livros e outras iniciativas também podem ajudar.
Incentivar a leitura é um ato de amor
- Faça uma limpeza em sua coleção pessoal, separando os livros que já leu para doar.
- Quando acabar de ler um livro interessante, repasse para alguém da família ou aos amigos.
- Em datas comemorativas, dê livros de presente, principalmente para as crianças.
- Você pode entregar os livros que não quer mais em escolas, especialmente os didáticos, em brechós, locais religiosos, em ONGs, como a Futuro Literário, e tantas outras que você encontra on-line.
Compartilhe essa atitude!
Você não tem o hábito de ler. Sem problemas.
Ainda dá tempo de começar!
- Escolha um título sobre um assunto do seu interesse.
- Comece devagar. Se disponha a ler, pelo menos, 10 páginas por dia.
- Encontre o melhor formato de leitura para você, pode ser o livro em papel ou dispositivo móvel, como o Kindle.
- Não desista da leitura no meio do livro.
- Incentive as pessoas ao seu redor a fazer o mesmo.
Espalhe essa ideia!
Lifelong Learning
Independentemente da sua idade, do nível de escolaridade ou tempo disponível, sempre é tempo de aprender, ampliar os conhecimentos e explorar novas oportunidades, como sugere o Lifelong Learning.
Já ouviu falar desse conceito?
Lifelong Learning é uma teoria que preconiza que o aprendizado deve ser permanente ao longo da vida, superando o diploma, portanto sendo a educação formal apenas uma parte da qualificação e não a única.
Apesar desse conceito ter surgido na década de 70, nos Estados Unidos da América, ele só se expandiu nos anos 90 e teve a sua ascensão após 2010, quando a Comissão Internacional da Unesco sobre Educação no Século XXI publicou um relatório para difundir essa ideia. Hoje, cerca de 77% dos americanos se consideram lifelong learners.
Os quatro pilares do Lifelong Learning:
- Aprender a conhecer – É preciso ter prazer no aprendizado e compreensão, não só decorar o conteúdo.
- Aprender a fazer – Existe uma teoria chamada 70:20:10, que considera que apenas 10% do conhecimento é adquirido com estudos, os outros 20% resultam da troca de experiências e os demais 70% surgem das nossas vivências.
- Aprender a conviver – Esse pilar tem relação com a teoria 70:20:10 e afirma que o processo de aprendizagem acontece por meio da convivência com as outras pessoas.
- Aprender a ser – Já esse conceito considera a autonomia do ser humano para o aprendizado e a sua responsabilidade pelos estudos.
Que tal inserir o Lifelong Learning em sua vida?
- Reflita e defina quais os seus principais interesses.
- Crie a mentalidade do Lifelong Learning, afinal o conceito é um modo de vida e deve perdurar.
- Planeje o seu método de estudos e adquira novos hábitos.
- Mantenha a animação controlando o seu progresso.
- Revise os seus objetivos regularmente e estabeleça novas metas.
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E não se esqueça: sempre é tempo de aprender!