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O fenômeno mundial de queda das taxas de juros veio para ficar?

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Basta olhar com atenção os dados da economia mundial para identificar algumas tendências bastante interessantes que, apesar de parecerem distantes, terão impacto real sobre o seu planejamento. Entre elas, a queda das taxas de juros é um fator que, efetivamente, parece ter vindo para ficar.

 

Autoridades do FED (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) já sinalizaram que manterão as taxas de juros perto de zero até pelo menos 2023. O mesmo deve acontecer em alguns países da Zona do Euro, no Canadá, Inglaterra e Japão, entre outros, inclusive com taxas reais negativas, ou seja, abaixo da inflação prevista. E o que está por trás dessa situação? Essa é uma das questões respondidas por Marcelo Guterman, especialista de Investimentos na Western Asset Management, na edição de agosto do Boletim de Investimentos da Visão Prev.

Um fenômeno estrutural

Segundo Guterman, apesar de ser comumente identificado com as recentes medidas dos governos para enfrentar a pandemia ou até mesmo com a crise financeira de 2008, esse fenômeno é, na realidade, bem mais antigo. “Na década de 80, os Estados Unidos chegaram a ter uma taxa básica em torno de 20% ao ano, o que é totalmente inimaginável hoje. Mesmo no Brasil, embora em curva ascendente, a Selic ainda é muito menor do que há alguns anos. Ou seja, não se trata de uma questão passageira, mas sim de uma orientação que vem se consolidando de modo estrutural no mundo, sobretudo entre as nações desenvolvidas.”

Mas de onde vem esse movimento? Basicamente, as taxas de juros visam manter a economia estável, no chamado “ponto neutro”, contendo pressões inflacionárias (confira aqui a entrevista do ex-ministro Maílson da Nóbrega sobre esse tema), porém estimulando o crescimento do PIB. 

O que se verifica, portanto, é que a inflação está em queda nos diferentes países, sendo acompanhada pelas taxas de juros. Novamente, surge a pergunta sobre a causa: por que a inflação está em declínio?

3 causas principais

Guterman aponta três fatores preponderantes para a queda da inflação que deverão se aprofundar ainda mais nos próximos anos:

. o peso das elevadas dívidas públicas sobre o crescimento da economia (no Japão, por exemplo, ela é mais de 200% superior ao PIB);

. o envelhecimento da população que tende a gastar menos por insegurança em relação ao futuro;

. a revolução tecnológica com o consequente aumento da produtividade que pressiona para baixo a inflação dos salários e serviços.

 

Mesmo no Brasil, com uma economia mais instável do que nos países desenvolvidos, a inflação é muito menor do que no passado, quando vivemos inclusive décadas de hiperinflação, nos anos 80 e 90, com índices que chegaram a superar 80% ao mês!

 

Quer saber mais sobre esse movimento e o que ele representa para os investidores na hora de pensar em sua aposentadoria? Então, acompanhe o vídeo completo da entrevista exclusiva de Marcelo Guterman.

 

outubro de 2021