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O endividamento das famílias brasileiras atingiu, em abril, a marca de 67,5%, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este índice representa um recorde histórico impulsionado pela pandemia que agravou ainda mais o baixo nível de planejamento financeiro dos brasileiros.
Mas como deixar de lado os gastos excessivos, fugir das dívidas desnecessárias e realizar seus projetos de vida? A resposta passa pela elaboração e acompanhamento do chamado orçamento doméstico – ou seja, o controle detalhado de seus ganhos e gastos no mês. Com ele, você consegue equilibrar suas contas e planejar o futuro com mais consistência.
Mapeamento completo
O primeiro passo é fazer o mapeamento detalhado de todas as suas receitas e despesas a fim de entender para onde está indo o seu dinheiro. Importante: se estiver fazendo o orçamento familiar, tanto as receitas quanto as despesas devem ser consideradas para o grupo.
Por que fazer o orçamento doméstico?
O orçamento doméstico serve como uma espécie de bússola, um indicador claro para perceber se sua realidade financeira está ou não adequada. Ele permite verificar a entrada e saída do dinheiro e identificar os gastos que podem ser reduzidos, eliminados ou otimizados, além de apontar as armadilhas que estão comprometendo suas finanças e distanciando você de seus planos e sonhos. Ele serve, portanto, para analisar o presente e projetar o futuro como explica no vídeo abaixo o consultor Gustavo Cerbasi.
As receitas
Aqui, você lista tudo o que ganha no mês, pensando tanto nas entradas regulares quanto variáveis.
Receitas regulares: aquelas que têm um fluxo constante – como salário, pensão alimentícia, aluguéis e aposentadoria – ou qualquer outra fonte com previsibilidade e constância de recebimento.
Receitas variáveis: aquelas que oscilam e não têm um fluxo constante como a rentabilidade dos investimentos e participação nos lucros e resultados.
As despesas
É a relação de tudo aquilo que você gasta no mês – tudo mesmo!
Despesas fixas obrigatórias: aquelas que são indispensáveis como gastos com moradia (aluguel, condomínio e IPTU, por exemplo), plano de saúde e mensalidades escolares.
Despesas fixas facultativas: as que não são essenciais como gastos com serviços de streaming, clube e academia.
Despesas variáveis obrigatórias: aquelas com valores que oscilam mensalmente como luz, supermercado, farmácia, água e telefone.
Despesas variáveis facultativas: as que não são essenciais e ocorrem esporadicamente como viagens, restaurantes e presentes.
Alguns vilões do equilíbrio
Compras Online
Cartões de Crédito
Assinar um pacote com 50 canais na TV a cabo e assistir apenas 10 deles
Pagar a academia e não frequentar (ok, estamos em uma pandemia, mas e antes dela?)
Pedir delivery de comida todo final de semana
Comprar roupas e outros itens só porque estão em promoção
Ir ao supermercado sem fazer uma lista prévia do que precisa
Entrar no rotativo do cartão de crédito ou no cheque especial
Desperdiçar água, luz e combustível (ok, já sabemos que estamos na pandemia, e fora dela? Será que você precisa ir sempre de carro para o trabalho?)
7 regras essenciais para um bom orçamento doméstico
Não confie na memória (use aplicativos ou planilhas para controlar seu orçamento)
Tenha consistência e disciplina: faça do controle um hábito
Não se esqueça das prestações de compras e parcelas de dívidas na lista de despesas
Jamais despreze pequenos valores: o descontrole pode se dar pela soma de gastos aparentemente “inofensivos”
Tenha um padrão de vida do tamanho das suas posses. Não adianta ostentar um nível de gastos que lhe traz dívidas e transtornos financeiros.
Olhe para o passado como referência (do que fazer e do que não fazer) e siga em frente