Visão Prev 20 anos

Uma história de (muito mais do que) 20 anos

Acontece na Visão

20 anos da Visão Prev: quando e como tudo começou…

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Em 2024, a Visão Prev chega aos seus primeiros 20 anos! Para comemorar esse marco, vamos publicar uma série de matérias sobre as principais conquistas dessas duas décadas. Abrimos nossa série com uma entrevista com Stael Prata Silva Filho que acompanhou de perto essa história desde seu início.

NOSSO ENTREVISTADO

A relação de Stael Prata Silva Filho com a Visão Prev vem de longa data e foi fundamental para seu crescimento. Membro do Conselho Deliberativo desde a fundação da entidade, ele deixou o cargo apenas para assumir a Presidência, entre 2014 e 2016, retornando ao Conselho em seguida, onde permaneceu até março de 2023. Durante seu mandato como presidente, em 2015, foi implantado o plano PreVisão e o número de planos administrados foi reduzido de 24 para 9, com a consolidação dos que tinham regras semelhantes. Além disso, no mesmo ano, houve a criação do atendimento personalizado (tanto pessoalmente quanto online) e a digitalização do Mirante, informativo bimestral para os participantes que deu origem ao nosso Blog. Hoje, Stael é nosso assistido em três planos: PreVisão, Visão Multi e Visão Telefônica.

Como nasceu a ideia de oferecer previdência privada no setor de telecomunicações com a Sistel?

É importante lembrar que a Telebras foi fruto da estatização do mercado de telecomunicações de todo o país que antes era composto por centenas de empresas independentes. O objetivo era consolidar o sistema e ter uma operadora por estado. Daí nasceram a Telesp, a Telemig, Telebahia, Telerj e assim por diante. Todas sob o guarda-chuva da Telecomunicações Brasileiras (Telebras), controlada pelo governo, que chegou a ter quase 100 mil empregados. Só a Telesp tinha cerca de 24 mil colaboradores.

Foi mais ou menos em 1975 que a Telebras começou a discutir a implantação da Fundação Sistel, seguindo o exemplo de outras estatais que já tinham seus planos de previdência como o Banco do Brasil (com a Previ) e a Petrobras (com a Petros). Eram os chamados fundos de pensão.

A Sistel foi criada em 1977 tendo como patrocinadoras as empresas de telecomunicações de cada estado que começaram, assim, a oferecer esse benefício adicional a seus empregados. Era um plano de Benefício Definido (BD), um modelo que estabelecia previamente os valores a serem pagos na aposentadoria a fim de suplementar o benefício do INSS.

Como foi falar em previdência complementar quando o tema ainda era praticamente desconhecido?

De fato, naquela época, não se falava de previdência complementar. A perspectiva já mostrava que seria uma má ideia depender apenas da Previdência Social, mas o assunto ainda era muito novo. Não havia quase nada na imprensa sobre o que era e como funcionava um fundo de pensão.

Era difícil convencer as pessoas a aderir porque muitos não entendiam o mecanismo e achavam que o plano não sobreviveria. Eu mesmo tive vários colegas da Diretoria Técnica da Telebras que não enxergaram o fundo de pensão como um benefício para o futuro e não se tornaram participantes. Depois de alguns anos, quando viram que a proposta era séria, havia necessidade de pagar uma joia grande para entrar e muitos não conseguiram aderir. Explico: como foi feito um cálculo atuarial, era preciso aportar recursos para cobrir o período de não contribuição. Quanto mais o tempo passava, mais “caro” era entrar no plano.

Mesmo sendo jovem, aderi logo na implantação, pois tinha referências familiares: meu pai e meu tio trabalhavam, respectivamente, na Petrobras e no Banco do Brasil e eram participantes de seus fundos. Portanto, esse era um tema que circulava na minha família, apesar de ser incipiente para a população em geral.

Eu era responsável pela área de informática e quase todo mundo que trabalhava comigo aderiu ao plano. Foram cerca de 4 mil pessoas influenciadas diretamente pelo valor que eu dava à previdência complementar e fazia questão de passar adiante. Mas o fato é que, de modo geral, muita gente não conseguia enxergar esse valor.

Mas isso mudou?

Com certeza, sim. No entanto, mesmo atualmente, há muita dificuldade de entendimento sobre a importância da previdência complementar. E não faltam matérias na imprensa divulgando a situação do INSS! As previsões seguem sendo de redução do valor do benefício e de aumento de restrições de acesso à renda mensal paga pelo governo.

Ou seja, ainda precisamos fomentar uma mudança de mentalidade urgente em relação à necessidade de fazer um planejamento previdenciário. Não adianta despertar para o assunto apenas quando a aposentadoria está próxima, pois se terá perdido muito tempo de acumulação e o aporte de recursos exigidos pode ser grande demais. Se hoje é difícil ver essa conscientização, imagine como era 30 anos atrás…

Voltando então à história, quando começaram as privatizações no final dos anos 90, o que aconteceu com esse sistema único oferecido via Fundação Sistel?

Na privatização, cada grupo empresarial que adquiriu as empresas estatais tinha sua própria política de Recursos Humanos e de gestão de benefícios. Nosso primeiro passo foi segregar as massas e todos os que já estavam aposentados permaneceram em um plano BD fechado administrado pela Sistel que existe até hoje e é, portanto, composto apenas por assistidos.

O segundo passo foi criar um plano espelho do que já existia, com separação dos participantes por empresa e respectivas Diretorias de Plano.

E como foi criada a Visão Prev?

A Visão Prev nasceu para atender, no início, os empregados da Telesp. Da chamada Diretoria de Plano, dentro da estrutura da Sistel, evoluiu-se para uma entidade autônoma. Gradualmente, conforme o Grupo Telefônica foi adquirindo outras estatais, seus planos de previdência eram direcionados para a Visão Prev. O mesmo vale para as empresas formadas dentro do Grupo que tinham a opção de se tornar patrocinadoras dos planos da entidade.

Quando trouxemos o plano da Sistel para a Visão Prev, já buscamos soluções mais modernas e desenhamos um plano de Contribuição Definida que permite que o próprio participante programe suas contribuições a fim de aumentar sua reserva previdenciária. Abrimos, então, a migração do plano BD para o plano CD, com um incentivo financeiro. O processo foi um sucesso, com cerca de 97% de adesão, sobretudo em função da flexibilidade para aportar recursos e da possibilidade de ter beneficiários em caso de falecimento do titular.

Como foi a consolidação daquela grande quantidade de planos geridos pela Visão Prev?

Como expliquei, ao longo dos anos, foram sendo incorporadas e adquiridas novas empresas, de operação fixa e móvel, pelo Grupo Telefônica e as que possuíam planos de previdência passavam sua gestão para a Visão Prev. Chegamos a ter 24 planos e muitos deles tinham regras semelhantes. Resolvemos, então, fazer um processo muito complexo que levou meses para ser desenhado e aprovado junto à Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e resultou na consolidação em apenas 9 planos. Posteriormente, reduzimos ainda mais até chegarmos aos atuais 4 planos patrocinados (1 BD, originário daquele vindo da Sistel, e 3 CDs – Visão Telefônica, Visão Multi e PreVisão), além do plano Mais Visão, para nossos participantes e seus familiares até 3º grau. Atualmente, dos patrocinados, o único aberto para novas adesões é o Visão Multi.

É notável o seu entusiasmo pela previdência complementar. Fora o exemplo familiar que o senhor citou, de onde vem esse interesse?

Quando toda essa história começou, eu tinha cerca de 24 anos e, como já disse, acreditei (e acredito!) plenamente no valor do planejamento previdenciário. Há uns 25 anos, me dedico diretamente à previdência complementar como dirigente, tanto na Sistel quanto na Visão Prev, acompanhando de perto as premissas e cuidados para seu bom funcionamento e governança, a modernização das regras do sistema, as melhores práticas de gestão da entidade e dos investimentos, a digitalização dos processos, os avanços nas opções de atendimento… enfim, todos os aspectos necessários para sua longevidade e o cumprimento de todos os deveres junto aos participantes.

Justamente pensando nos participantes, por exemplo, na minha gestão como presidente da Visão Prev, criamos o plano PreVisão para, como o próprio nome indica, oferecer mais previsibilidade sobre o valor dos pagamentos, atendendo a uma forte demanda dos assistidos.

Na sua avaliação, o que aprendemos e o que ainda precisamos aprender quando o assunto é planejamento previdenciário?

É claro que evoluímos nesses anos, mas ainda há muito a avançar. A principal lição é: quanto mais cedo começar o planejamento previdenciário, mais simples e fácil ele será e melhores serão os resultados futuros. No caso dos planos Visão Multi e Visão Telefônica, por exemplo, a contrapartida oferecida pelas patrocinadoras às contribuições dos participantes é bastante elevada e deve ser aproveitada ao máximo! Nenhum produto financeiro apresenta essa “rentabilidade” garantida logo no momento do investimento.

Também é fundamental ficar atento quando se começa a usufruir os benefícios. Ou seja, quando um participante se aposenta, ele tem que tomar algumas decisões que precisam ser muito conscientes para assegurar a preservação de seu patrimônio pelo período desejado.

Hoje, o senhor é aposentado de três planos da Visão Prev. Como é ser assistido aqui conosco e quais são os maiores atributos da entidade?

O principal atributo da Visão Prev é a confiança transmitida. Eu me sinto seguro e tranquilo, pois sei que meu patrimônio está sendo gerido por profissionais experientes, competentes e éticos.  O nível de transparência é enorme, as informações estão sempre disponíveis e podemos solicitar esclarecimentos específicos a qualquer momento. Tenho também muita confiança nas patrocinadoras que nunca exigiram nada da Visão Prev a não ser seriedade, capacidade técnica e dedicação. Acho que essa é a chave para um futuro ainda mais promissor!

Foto histórica de uma reunião entre a Sistel e Telebras para discussão sobre previdência.
junho de 2024